Luiz Ruffato é um escritor brasileiro. Seus livros já foram publicados em 11 países, sendo que recebeu o Prêmio Internacional Hermann Hesse, na Alemanha. Sua origem simples contribuiu para que tivesse uma visão crítica em relação ao nosso país. Confira nossa seleção de frases de Luiz Ruffato e entenda sua visão sobre literatura, vida e política!
A desigualdade social é brutal.
Fui operário e fruto de uma família operária. Decidi escrever sobre isso. Representar esse universo na literatura é uma decisão política.
Para mim a literatura é um espelho da sociedade, uma representação da sociedade, portanto, ela é política.
As pessoas não aceitam se olhar no espelho.
Se compreendermos o Fascismo como o culto a um Estado autoritário, que prega a eliminação a qualquer custo dos adversários e ignora os direitos individuais...Então, o Brasil vive um preocupante flerte com essa perigosa forma de governar.
A canonização literária age com o pensamento parecido ao do governo do Rio: escritor bom é escritor morto.
Toda a minha escrita se constituiu como parte de uma decisão política.
Juntos, partilhamos o tempo, reconstruindo pedra a pedra a vida que quedou imediata.
E súbito compreendo o primeiro não: o tempo avança do agora para o anteontem.
Eu não acredito que estética e politica sejam coisas que estejam separadas.
Estar melhor do que antes não significa estar bom.
Então me pergunto, se uma feira de literatura não é o lugar adequado pra se discutir ideias, onde é?
No tumulto do oceano hostil, nossos sonhos resgatamos conduzindo-os em cardumes à região mais transparente.
Pensamos sempre em aniquilar o outro, não em escutá-lo para tentar compartilhar um caminho comum.
Numa sociedade como a nossa, se você tem um espaço pra falar, se você tem voz e se omite... sei lá, acho no mínimo uma covardia.
Não são cidadãos livres aqueles que não possuem as condições mínimas de sobrevivência: moradia e alimentação.
Antigamente, dizíamos que Deus era brasileiro. Mas parece que ele conseguiu o passaporte europeu e mudou-se para Lisboa.
No último dia do último ano da falseada infância, vomitando solidão pelas noturnas ruas da cidade, só eu não existia ainda. Tu me inventaste.
Quanto de ti são lonjuras, distância, poeira de estradas nunca percorridas?
Eu tenho o maior apreço pela crítica universitária, de verdade! Mas isso não influencia em nada o meu trabalho.
Infelizmente, a solução com que boa parte da população acena, como sempre, é o autoritarismo.
A arte é o espaço privilegiado para provocar reflexões sobre o ser humano em sua plenitude.
A arte existe como referencial, quem dá sentido a ela é o espectador.
A ignorância (ou seja, o desconhecimento) faz com que desejemos colocar no passado –e o passado é sempre idealizado – a solução para os problemas do presente.
Não, não é a mesma. Essa, a de agora, é beleza de cântaros descansando vinhos, aquários vazios a aguardar caranguejos.
A mídia brasileira é ruim em qualquer cobertura. Os jornais representam a defesa de interesses muito específicos.
Para mim, escrever é compromisso.
A poesia é fundamental pra mim. Escrever o que escrevo sem a intermediação da poesia seria impossível.
O maior dilema do ser humano em todos os tempos tem sido exatamente esse, o de lidar com a dicotomia eu-outro.
Como não enxergamos o outro, o outro não nos vê. E assim acumulamos nossos ódios, o semelhante torna-se o inimigo.
Eu acredito, talvez até ingenuamente, no papel transformador da literatura.
O sistema de ensino vem sendo ao longo da história um dos mecanismos mais eficazes de manutenção do abismo entre ricos e pobres.
A diferença é que aqueles, na França do século XVII, empunhavam armas por honra e justiça, enquanto aqui, em pleno século XXI, luta-se pela manutenção da roubalheira e da impunidade.
Nós somos um país paradoxal.
A religião deveria ser ensinada em casa, pelos pais, e praticada no seio das comunidades confessionais. Nas escolas públicas, deveria prevalecer a discussão de princípios éticos, comuns a todas as pessoas, sejam elas ligadas ou não a crenças religiosas.
Não são lícitas as deliberações desses políticos, que claramente desonram, menosprezam e ofendem seus eleitores.
Temos independência para votar, para opinar, para comprar, mas não para ir e vir.
Lembro que, quando menino, atravessava sozinho a cidade, ponta a ponta, sem que passasse pela cabeça de meus pais qualquer preocupação em relação ao meu bem-estar.
Nosso crescente desdém pelos cemitérios e desprezo pelos rituais da morte demonstram, em verdade, como estamos nos tornando apáticos à vida.
Não podemos falar em democracia plena se não conseguimos afiançar educação de qualidade para todos.
Luiz é uma pessoa que luta e defende as minorias. Olha para os problemas e dificuldades dos outros com empatia e usa seu privilégio para transformar a sociedade. Confira incríveis frases de consciência e reflita sobre suas ações também!