Bordo minha canção
dia após dia, deixando-me
inundar pelo sabor da tangerina,
zil metal dos contos apaixonados,
birô dos meus devaneios,
poetando-te, te escrevendo
em gotas de chuva, te tendo
nas cores do arco-íris!
Ah! minha ciganinha,
vamos ganhar o mundo,
levando em nossos corações,
o flamenco gostoso, a palavra
sagrada ditada pelo baralho,
a luz emanada na runa que
escorre em tua alma paixão!
Na linha do horizonte,
versejo-te ao som das castanholas,
intuindo em ti o linguajar, o dançar
e o frenesi, o brilho do teu olhar,
cigana do meu lamentar!
Ao pôr do sol
anuncio a opera dos andarilhos,
o mosaico, o vitral vivo
desenhando teu jeito de amar
límpido, aromático, o beijo
molhado nas preces
deste poema rabiscado nas
chamas da tua sedução!