Venha comigo à prisão mais povoada do mundo. A instalação tem mais “pensionistas” do que beliches. Mais prisioneiros do que pratos. Mais “moradores” do que recursos.
Venha comigo à prisão mais opressiva do mundo. É só para prisioneiros, dirão à você. Eles são sobrecarregados de trabalho e são subalimentados. As paredes são nuas e os beliches são duros. Nenhuma prisão é tão povoada, nenhuma prisão tão opressiva, e, o principal, nenhuma prisão é tão permanente. A maioria dos internos nunca partem. Eles nunca fogem. Eles nunca são soltos. Cumprem uma pena de prisão perpétua nesta superlotada e mal provida instituição.
O nome da prisão? Você verá sobre a entrada. Em um arco sobre o portão estão as seis letras de ferro que explicitam seu nome: Q-U-E-R-E-R A prisão do querer. Veja seus prisioneiros. São os “que querem”.
Eles querem algo. Eles querem algo maior. Mais caro. Mais rápido. Mais fino. Querem.
Eles não querem muito, pensa você. Querem apenas uma coisa.
Um novo trabalho. Um novo carro. Uma nova casa. Um novo esposo. Eles não querem muito. Querem somente um.
E quando têm o “um,” estarão felizes. Está certo – estarão felizes. Quando eles têm o “um,” deixarão a prisão. Mas então acontece.
O aroma do carro novo passa. O novo trabalho envelhece.
Os vizinhos compram um televisor maior. O novo esposo tem maus hábitos. E antes do que você imagina, outra vigarice quebra o livramento condicional e retornam à prisão.
Você está na prisão? Você se sente melhor quando tem mais e se sente pior quando tem menos. Você estará feliz se estiver à caminho uma nova entrega, uma transferência, um prêmio ou uma remodelação. Se sua felicidade vem de algo que você deposita, dirige, bebe ou digere, então encare – você está na prisão, a prisão do querer…