As mãos feias

Há muito tempo atrás, existiu uma menina, muito linda, saudável e amável. Não havia ninguém que não gostasse da menina, que tinha 8 anos. Mas a menina ficava constrangida sempre que a viam com a sua mãe. A mãe da menina era cheia de cicatrizes no corpo e no rosto. Mas as mãos da senhora eram ainda mais horrorosas.

Eram vermelhas, constantemente saia pus e ficava em carne viva. Tinha ainda deformações horríveis.
A menina detestava estar com a mãe em público.
Não entendia porque a mãe era assim, e se constrangia com a sua presença na escola ou em festinhas a qual era convidada.

Um dia, cansada de ser esculachada pelas colegas e ouvir comentários de pena dos professores, a menina chamou a mãe e perguntou:

– Mãe, não há nada que você possa fazer em relação ao seu corpo e suas mãos? – Não minha filha. – respondeu a mãe.

– Mas por que?

– Os médicos disseram que era irreversível minha filha.

– Por que você ficou assim? Por que você não é igual a mãe das minhas colegas, que são lindas e possui mãos mais belas ainda?

A mãe olhou para a filha e respondeu:

– Há sete anos atrás, eu estava tomando banho e a minha empregada deixou uma vela acesa próximo da cortina.
A cortina pegou fogo em contato com a vela. Saí do banho e fiquei desesperada, pois bem próximo a cortina estava o berço da minha filha.

Desesperada e vendo o fogo se alastrar, puxei a cortina com as minhas mãos, e, sem querer a cortina se enrolou no meu corpo, com o fogo alto. A empregada trouxe um balde de água, e foi por isso que me salvei a tempo. Mas as cicatrizes se tornaram irreversíveis.

Mas não me arrependo, e a feiura das minhas mãos foi um preço pequeno a pagar pela vida da minha filha.

A menina chorou e se abraçou a mãe, pedindo perdão. Daquele momento em diante, nunca mais se envergonhou dela, e todos os dias repetia: Obrigada.

Agradeça sempre aos seus amigos e parentes por se preocuparem com você, e nunca se envergonhe das deficiências dos outros. Lembre-se, que por amor fazemos qualquer coisa, e que a beleza é algo secundário.

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