Perdido em sua amargura, um homem resolveu “matar” Deus e para tanto arquitetou um plano terrível, desenvolveu uma fórmula através da qual apagaria sua lembrança da memória da humanidade. Deste modo,
pensava ele, seríamos realmente livres.
Seguiu seu plano minuciosamente, até alcançar seu intento. Deus fora deletado, nada restara para lembra-lo.
Passaram-se os dias, o mundo mergulhado no caos, as pessoas girando em torno de si mesmas acabavam por destruir-se umas as outras. Era preciso reinventar Deus.
Mas, ele esquecera a fórmula, em vão a procurou sem obter resultados.
Até que, desesperado,arrependido, ensopado em lágrimas, naufragado em sua dor, já prestes a tirar sua vida, ou o que dela restou, atirou-se ao chão enquanto os lábios suplicavam o perdão daquele que ele mesmo “apagou”.
Foi quando, ouviu uma voz, a princípio um sussurro distante, mas que aos poucos foi ficando mais clara e próxima…
– Filho, levanta-te. Crês realmente que alcançastes teu intento? Mas como poderias apagar-me da memória da humanidade se minha morada é em seu coração?