Você já tentou convencer um camundongo a não se preocupar? Você já conseguiu pacificar o pânico de um roedor? Se já, então você precisa me ensinar. Minha tentativa não foi bem sucedida. Minhas confortantes palavras caíram em minúsculas orelhas surdas.
Não que o companheiro merecesse qualquer bondade. Por causa dele, Denalyn gritou. Por causa do grito, a garagem sacudiu. Porque a garagem sacudiu, fui arrancado para fora da terra dos sonhos e fui chamado a defender minha esposa e meu país. Eu estava orgulhoso de ir. Com ombros alto, marchei até a garagem.
O camundongo não teria nenhuma chance. Eu sei jiujitsu, karatê, taekwondo e vários outros… Uh, frases. Eu assisti a vários comerciais de autodefesa. Este camundongo tinha encontrado seu destino final.
Além do mais, ele ficou preso numa lata de lixo vazia. Como entrou ali só ele sabe, e ele não me contou. Eu perguntei pra ele. Sua única resposta foi uma pressa louca ao redor do fundo da lata.
O pobre rapaz estava assustado até a raiz dos cabelos. E quem não estaria? Imagine estar enjaulado numa vasilha plástica e olhar para cima e só ver o grande (embora bonito) rosto de um ser humano.
– O que você fará com ele? Denalyn perguntou, agarrando o meu braço para ter coragem.
– Não se preocupe, minha pequena. Respondi com uma arrogância que teria feito John Wayne morrer de inveja. – Vou ter uma conversinha com meu pequeno companheiro.
Saímos, o camundongo, a lata de lixo e eu, marchando em direção a um terreno vazio.
– Vamos nessa rapaz. Te deixo em casa num piscar de olhos.
Ele não escutou. Deve ter pensado que andávamos pelo corredor da morte. Se eu não tampo a lata rapidamente, o peludo companheiro teria pulado para fora.
– Eu não vou lhe machucar. Expliquei. Já vou te soltar.
Nada dele se acalmar. Nada dele esperar sentado. Ele não confiou em mim. Mesmo no último momento, quando inclinei a lata no chão e o soltei. Você acha que ele se virou e agradeceu? Acha que ele me convidou para ir a sua casa de camundongo para um café? Não. Ele se mandou. (Foi minha imaginação, ou eu o ouvi gritar “Salvem-se! Salvem-se! Max, o inimigo de camundongos está aqui”?)
Honestamente. O que eu teria que fazer para ganhar sua confiança? Aprender a falar Camundonguês? Desenvolver olhos vivos e uma longa cauda? Remexer o lixo com ele? Obrigado, mas isso não. Quer dizer, o camundongo era até gracioso e tudo, mas não era merecedor de tanto.
Aparentemente, você e eu somos.
Você pensa que é um absurdo um homem virar um rato? A viagem de sua casa até um lixo é muito mais curta do que a viagem do céu até a terra.
Mas Jesus a fez. Por que?
Ele queria que confiássemos nele.
Explore este pensamento comigo por um momento.
Por que Jesus viveu na terra? E por que daquela forma? Sua vida não poderia ter sido muito mais curta? Por que não pisou em nosso mundo apenas o suficiente para “morrer por nossos pecados” e então partir?
Por que não por um inocente ano ou semana? Por que tinha que viver toda uma vida? Experimentar a morte, sim – mas aguentar toda uma vida? Aguentar longas estradas, longos dias, e curtíssimos temperamentos?
Por que o fez?