Ainda nos tempos de guerra, um antigo artesão, proprietário de uma loja de armarinhos, chorava desconsolado ao ver sua pequena lojinha em ruínas.
Uma velhinha, ao passar e vê-lo tão triste, comentou:
– Observe, meu caro senhor, dentre as ruínas, as lãs, as linhas e agulhas estão intactas, com ela podemos fabricar vários agasalhos e gorros para os doentes do hospital.
Ele, sem saber direito o que fazer, ajudou a velhinha na coleta dos artefatos e partiu para um pequeno galpão abandonado, e lá, auxiliado por diversas pessoas confeccionou várias peças de lã.
Terminado o trabalho, sem ainda saber o por quê de seu destino, embrulhou tudo num grande saco, entrou no hospital a distribuir os agasalhos.
Os doentes sorriam de felicidade, pois o frio era intenso e o hospital não estava capacitado para acolher tantos enfermos, muitos estavam descalços, sem mesmo ter um cobertor.
Na distribuição das roupas, o velhinho se deparou com uma menina toda enfaixada, que ao observar aquele rosto sofrido, olhou-o alegremente, derramou algumas lágrimas pelas faixas e então falou:
– Deus, quanta alegria!
O velhinho, ainda sem entender direito a reação da pequena mocinha, comentou:
– Por que estás tão contente com uma simples meia para os pés?
– Não são as meias, PAPAI, é a sua presença!
Daí o pobre velho assustado, comentou :
– Papai? Como Papai… Minha filha estava na escola quando uma bomba explodiu, todos a julgavam morta!
– Mas eu sou a sua filha, milagrosamente consegui sobreviver, e apesar destas faixas em meu rosto, nunca me senti tão feliz ao saber que o meu grande pai, mesmo numa hora de muito sofrimento, aproveitou os restos de uma ruína e me agasalhou!
Deus criou o homem para o amor!
Portanto, quando se sentir inútil, fracassado ou destruído, lembre-se que em meio às ruínas de sua vida, você poderá descobrir maneiras de criar alegrias, fazendo o seu próprio mundo, um mundo bem mais feliz !