Sou um autor desconhecido sim, quando nas manhãs onde todos dormem, estou aqui, colocando meus pensamentos em palavras, expondo minhas dores e minhas vivências muitas vezes como ferida ainda aberta.
Sou um autor desconhecido quando acordo no meio da noite com uma ideia e corro pra anotar para que amanhã isso não fique esquecido.
Sou ainda um autor desconhecido quando passeio por blogs e sites e reconheço minhas palavras, meus sentimentos e posso dizer o que senti no exato momento em que aquele meu filho foi gerado e veio ao mundo, mas não me vejo.
Sou um autor desconhecido quando choro sozinha, quando preciso brigar pra dizer que é meu o que não teria nascido se não fosse eu, porque as palavras não nascem do nada e cada texto, cada poema é coisa única.
Sou autor desconhecido quando acham que o que escrevi é tão bonito que uma simples mortal não teria escrito e então atribuem a autoria a alguém que todos já conhecem.
Sou autor desconhecido quando meus filhos se perdem de mim, quando são “adotados” por pessoas que gostariam de tê-los gerado.
Sou ainda, autor desconhecido quando, cansada, baixo os braços e me pergunto se vale a pena lutar se de qualquer maneira amanhã tudo recomeça.
Mas… desconhecida ou reconhecida, não desisto. Meus pedaços de mim espalhados por aí são e sempre serão pedaços de mim, que eu reconheço, que quem me conhece, reconhece, que eu abrigo e que ninguém pode tirar de mim.