Procura-se uma alma de criança que foi vista, pela última vez, dentro
de nós mesmos, há muitos anos…
Ela pulava, ria e ficava feliz com seus brinquedos velhos… Exultava quando ganhava brinquedos novos, dando vida a latinhas, barbantes, tampinhas de refrigerantes, bonecas, soldadinhos de chumbo e figurinhas…
Batia palmas quando ia ao circo, quando ouvia músicas de roda, quando seus pais compravam sorvete: “chikabon, tombon, eskibon…” Tudo danado de bom!
Ela se emocionava ao ouvir histórias contadas pela mãe ou quando lia aqueles livrinhos de pano que a madrinha lhe dava quando ia visitá-la… Chorava quando arranhavam seus brinquedos: aquele aparelho de chá cheio de xícaras com que servia as bonecas ou os carrinhos de guindaste, tratores e furgões.
Fazia beiço quando a professora a colocava de castigo, mas era feliz com seus amigos, sua pureza, sua inocência, sua esperança, sua enorme vontade de ser uma grande figura humana, que não somente sonhasse, mas que realizasse coisas importantes em um futuro que lhe parecia ainda tão longínquo.
Onde ela está? Para que lado ela foi? Quem a vir, que venha nos falar… Ainda é tempo de fazermos com que ela reviva, retomando um pouco da alegria de nossa infância e deixando a alma dar gargalhadas, pois, afinal, “ainda que as uvas se transformem em passas, o coração é sempre uma criança disposta a pular corda”.
Para não deixar morrer a criança que todos temos dentro de nós… Deixe-a sair, brincar e sonhar… Uma das poucas coisas que ainda
Podemos fazer sem ter de pagar impostos!