Irmãos que jamais verei

Tenho irmãos que moram longe!
Nunca verei a expressão de seus olhos,
assim como eles jamais focarão em mim os seus olhares.

Nunca sentirei o calor de seus abraços, nunca apertaremos nossas mãos, nunca enlaçaremos nossos braços.

Nunca sentaremos num barzinho pra jogar conversa fora.
Jamais faremos caminhadas pelas mesmas trilhas.
Nunca tocarei nem cantarei para eles, assim como jamais
os ouvirei tocando ou cantando para mim.

Nunca deitaremos nossas cartas na mesa e nem falaremos
das penosas cartas que a vida nos fez ocultar nas mangas.
Nunca eles saberão de fato como é o meu cotidiano
e nem eu saberei como eles são no seu dia-a-dia.

Nunca riremos juntos por qualquer pequena ou grande
alegria, nem estaremos juntos nas horas das nossas crises,
angústias ou agonias. Sei que existem, que me amam e sentem a minha falta. Sei que eu os amo tanto, que neles me diluo!

Eu os vejo todos os dias nesta pequenina tela de ilusão:
frágeis e irisadas libélulas que cá chegam nas asas de
uma canção, prosa ou poema.

(…) enquanto eu os alcanço todos os dias levando-lhes
um tantinho do meu amor, em meio às minhas sublimadas mensagens que tomam forma de tudo, mas redundam
sempre na mesma – e tão antiga – cantilena.

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Sinta no seu corpo as alegrias que o dia, e o momento lhe traz.
O prazer é uma parte linda da vida, não há culpa nenhuma em
se entregar a ele. E principalmente, render-se, e gritar por dentro,
e dizer baixinho “Eu te amo”

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