O velho e a morte

Um homem idoso, arqueado sob a fadiga dos anos e gemendo sob o peso de um fardo de lenha que carregava, cansado e com os pés doloridos de caminhar pela longa estrada poeirenta, buscava chegar a sua cabana distante.
Não suportando mais o peso da carga, deixou-a cair na beira da estrada, e lamentou seu destino cruel.

– Que prazer tive eu desde que pela primeira vez respirei neste triste mundo? Da alvorada ao crepúsculo tem sido trabalho duro e remuneração pequena. Em casa, tenho uma despensa vazia, uma esposa descontente e filhos desobedientes e preguiçosos. Ó Morte! Ó Morte! Venha livrar-me dos meus problemas.

De imediato, o fantasmagórico Rei dos Horrores se pôs diante dele.
– O que desejas de mim?- indagou a Morte em tom cavernoso.

– Na-a-da- gaguejou o atemorizado camponês, nada a não ser a sua ajuda para repor nos meus ombros esse monte de gravetos que eu deixei cair!

Comentários