A paz no mundo começa dentro de mim,
Quando me aceito, de corpo e alma,
E reconheço meus defeitos, com paciência e calma,
E em vez de me fragmentar em mil pedaços,
Eu me coloco inteiro no que penso, sinto e faço,
Passageiro no tempo e no espaço,
Sem nada para levar que possa me prender,
Sem medo de errar
E com muita vontade de aprender.
A paz no mundo começa entre nós,
Quando eu aceito o teu modo de ser.
Sem me opor ou resistir
E reconheço tuas virtudes
Sem te invejar ou me retrair
E faço das nossas diferenças
A base de nossa convivência.
E, em lugar de te dividir em mil personagens,
Consigo ver-te inteiro, nu, real,
Sem nenhuma maquiagem,
Companheiros da mesma viagem
No processo de aprendizagem do que é ser gente.
A paz no mundo começa
Quando as palavras se calam
E os gestos se multiplicam,
Quando se reprime a vergonha
E se expressa a ternura,
Quando se repudia a doença e se enaltece a cura
Quando se combate a normalidade
Que virou loucura
E se estimula o desejo de melhorar a humanidade,
De construir uma outra sociedade,
Com base numa outra relação
Uma relação em que amar é a regra,
E não mais a exceção.