Perdão: amor praticado entre pessoas que amam defeituosamente
Henri Nouwen
Digo com frequência: “Eu perdoo você”. Mas, mesmo quando digo essas palavras, meu coração continua zangado ou ressentido.
Ainda quero ouvir a história que me diz que eu estava certo, afinal de contas. ainda quero ouvir pedidos de desculpas e justificativas. ainda quero ter a satisfação de receber algum louvor em troca – pelo menos o louvor de ser tão perdoador!
O perdão de Deus, contudo, é incondicional. ele vem de um coração que não exige nada para si mesmo, um coração que está completamente vazio de interesses próprios.
É o perdão divino que tenho de praticar em minha vida diária. Ele me convoca para continuar passando por cima de todos os meus argumentos que dizem que o perdão é loucura, doentio e impraticável.
Ele me desafia a passar por cima de toda a minha necessidade de gratidão e elogios.
Finalmente, ele exige de mim que eu passe por cima daquela parte ferida do meu coração que se sente machucada e maltratada e que deseja ficar no controle e colocar algumas coisas entre mim e a pessoa a qual sou solicitado a perdoar.