Homenagem à supermãe

Homenagem à supermãe

Falar de mãe é deixar o coração falar por si só, pois é sabido que necessitamos desabafar quando sofremos por qualquer motivo, e que soltar a voz da razão é válido para compreender a existência da vida, o valor que ela tem. Uma mãe nada mais faz do que ouvir a voz de Deus e transformá-la em música suave.

Não é difícil compreender por que o mundo tem procurado flores nos jardins que a mãe plantou, com espinhos de plástico, para o filho não se machucar, porque esse é um capricho natural.

Quando muitos precisam de suas mães, numa escala de zero ao infinito, percebem o quanto são pequenos, que não preenchem sequer a mais simples lacuna de filhos exemplares. Querem aprontar, achar que a vida é uma eternidade, que tudo pode ser adiado e recomeçado a qualquer momento, sem pressa, sem amor, sem sentimento. Entendem que dinheiro é coisa para os pais conseguirem, que tudo lhes vêm às mãos sem suor, sem dificuldades.

Toda mãe é monitorada diariamente, começando pelas exigências dos filhos e dos maridos, quase sempre vazias de agradecimentos, de carinho e afeto, de beijos e abraços. Muitas mães são escravizadas no lar doce lar chamado família. Percebe-se que se a mãe atingisse 99% de perfeição para a aceitação dos filhos, seria, bem assim, incompleta. Acontece que a maioria deixa de se dar conta de que é o ínfimo percentual que sobrou de pura arrogância, ganância material, vício e contaminação hereditária.

Não raras vezes se estende a mão direita e se pede a bênção aos pais, e embora ainda aconteça, é uma regra que se supera e já é tomada por coisa do passado, mas muitos filhos ainda não reconhecem que uma mãe não precisa de muito, que é feliz por ser notada, abraçada, beijada todos os dias. Talvez nem percebam que esse ser humano é mesmo gente de verdade, que tem sensibilidade, coração, sangue nas veias, que não é uma máquina programada por um chip. Quantos beijos e abraços são dados mais efusivamente a terceiros, talvez nem amantes, nem parentes, nem alguém em especial, enquanto a face de uma mãe permanece do mesmo jeito, rosada pelo sofrimento, pela dor que não esconde uma maquiagem.

Mesmo se todos os esforços se concentrassem, aliados ao trabalho de uma vida inteira para indenizar o carinho, o sofrimento e a dor de uma mãe para criar um filho, não seriam suficientes. Todos sabem que a melhor maneira é seguir o caminho e as regras dessa mulher.

Sabe-se que enquanto um filho está na balada uma mãe está na calçada, num vai e vem casa adentro, aflita, com suas orações pela integridade dele. Mas quão difícil é dizer ao filho tudo isso sem receber “coices” e xingamentos, berros, chantagens e muito mais?

Não haverá conquista sem intercessão de uma mãe na vida de qualquer pessoa, do presidente ao mendigo deste país. Quantos filhos, diariamente, recebem canudos da suada licenciatura do mundo civilizado, do mestrado das indiferenças, descrenças do real e doutorados que a vida jamais ensinará, sem acionarem um flashback capaz de lhes mostrar a professora de vida que ficou para trás, quando vestidos de calções e sandálias, maltrapilhos, com saias pequenas, simples, caderninhos de brochura nas mãos, enfileirados, cantavam o hino nacional, comiam tudo o que lhes aparecia na frente, e agradecem mais a terceiros do que a suas mães? Milhares.

Somos exímios articuladores das coisas ilusórias, das cobranças maternas. Quantos filhos querem guarda-roupas atualizados, presentes nos dias de aniversário, andar perfumados, os filhos da hora que acompanha o capitalismo, da contemplação fashion week, ser lembrados no Natal antes de todos, dar sua lista negra ao pobre Papai Noel. Falhamos. Mães são feitas de amor, como a mãe que nutriu Jesus, que morreu na cruz, e não satisfez ao pecador, que continua incrédulo, ingrato, como muitos filhos, até o arrependimento chegar, sem chances de um recomeço, o recomeço que toda mãe pode dar junto à família que tem.

Parabéns aos filhos heróis sobreviventes, cumpridores de seu papel de obediência, gratidão e reconhecimento à mãe, pois viver sem ela é viver sem harmonia com a vida, sem o coração que canta a música suave de Deus.

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