A colheita do amor

A colheita de trigo dos dois irmãos fora muito boa. Como trabalhavam juntos também a divisão da colheita obedeceu à regra do meio a meio.

Cada um recolheu sua parte no seu próprio galpão. Alegres se despediram ao anoitecer. Um deles, sendo solteiro, pensou consigo mesmo: “Meu irmão é casado, tem dois filhos. Sua necessidade é maior do que a minha.”

Levantou-se, foi ao galpão, encheu uma bolsa de cereal e silenciosamente o levou ao galpão do irmão onde despejou o produto no monte do irmão.

O irmão casado pensava consigo mesmo: “Meu irmão solteiro trabalhou bem mais do que eu. Não tem ele compromissos com a família para atender.”

Levantou-se e se foi ao galpão. Encheu uma bolsa de cereal e o levou ao galpão do irmão solteiro, derramando o produto no monte de cereal que pertencia ao irmão solteiro.

Sem saber, ambos os irmãos fizeram o mesmo gesto. E sentiam-se felizes em repartir com o outro. Tão felizes que decidiram repetir o gesto nas noites seguintes. E, na medida em que cada um tirava do seu para poder levar ao outro, percebiam que o seu monte não diminuía.

Numa noite se encontraram no caminho, cada um com uma bolsa às costas.

E, perceberam que enquanto cada um deles só queria favorecer o outro, era, na verdade o favorecido.

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