Hasan de Basra relata:
Eu havia me convencido de que eu era um homem de humildade e mais do que humilde em meus pensamentos e na minha conduta com os outros.
Então, um dia, parado à margem de um rio, vi um homem sentado. A seu lado havia uma mulher e, na frente deles, um cantil de vinho.
Pensei:
– Se pelo menos eu pudesse transformar esse homem e fazê-lo como eu sou, em lugar da criatura degenerada que ele é!
Nesse momento, vi um barco no rio, começando a afundar. O homem imediatamente atirou-se na água, onde sete pessoas se debatiam, e trouxe seis delas, salvas, para a margem.
Depois, o homem veio a mim e disse:
– Hasan, se você é um homem melhor do que eu, em nome de Deus, salve aquele homem, o último que resta.
Descobri, então, que não podia nem salvar um homem, e ele se afogou.
E o homem me disse:
– Esta mulher aqui é minha mãe. Este cantil de vinho contém apenas água. É assim que você julga, é assim que você é.
Joguei-me aos seus pés e implorei:
– Assim como você salvou seis desses sete homens em perigo, salve-me de me afogar no orgulho disfarçado de mérito!
O estranho me disse:
– Rezo para que Deus realize seu objetivo.
Quem é realmente humilde nem cogita em sê-lo, não julga o outro, mas trabalha verdadeiramente para seu aprimoramento.