Um jornalista perseguia o escritor francês Albert Camus, pedindo que explicasse detalhadamente o seu trabalho. O autor de A peste se recusava: ” Eu escrevo, e os outros julgam como entendem”.
Mas o jornalista não sossegava. Certa tarde, conseguiu encontra-lo em um café de Paris.
“A crítica acha que o senhor nunca aborda um tema profundo” disse o jornalista. ” Eu lhe perguntaria agora: se tivesse que escrever um livro sobre a sociedade, aceitaria o desafio?”
“Claro”, respondeu Camus.” O livro teria cem páginas. Noventa e nove seriam em branco, pois não há o que dizer. No final da centésima página, eu escreveria:
“o único dever do homem é amar”.