Assistia um treinamento e o orador procurava demonstrar para uma pessoa que tinha sofrido abusos psíquicos e físicos que isso pertencia ao passado.
– Agora é necessário vivermos o presente, projetarmos o nosso futuro, sem permitirmos que esta ação, passada, interfira demasiadamente no dia a dia.
Usou de um exemplo interessante. Pegou uma nota de R$ 50,00 amassou, jogou no chão e pediu para que uma pessoa no treinamento pisasse a nota. Pulasse em cima dela, chutasse para longe. Cometesse as piores ações físicas. Isso feito, o orador pegou a nota e perguntou:
– Depois de tudo o que fizemos, quanto vale esta nota?
– Cinquenta reais, respondeu a moça.
– Você é esta nota. Sofreu várias agressões, mas não perdeu o seu valor… Disse o orador.
O treinamento continuou.
Este exemplo ficou gravado em minha memória. A moça que recebeu as atenções vive normalmente sem demonstrar as sequelas que a acompanhavam. Claro que o treinamento não se resumiu nesta ação exclusiva, muito mais foi feito para ajuda-la.
Uma ação semelhante que me vem à memória diz respeito às pessoas que se irritam com facilidade e que possuem a grande capacidade de reconhecerem que erraram. Isso é bom.
Um dia, recebi a seguinte mensagem:
– Imagine uma folha de papel. Amasse-a. Tente recompô-la. Ela permanece uma folha, mas jamais vai voltar ao seu estado anterior. Você não vai conseguir desamassá-la. Assim é o seu coração.
Assim é o coração das pessoas. Uma vez amassado ele jamais volta a ser o mesmo. Estamos aqui para aprendermos e precisamos ter consciência de que esta vida nada mais é do que um piscar de olhos frente à eternidade.