Quase

A palavra explodiu em minha mente. Eu já disse ou ouvi esta palavra milhares de vezes antes, mas, naquele instante, ela me congelou.
Por alguma razão eu a vi enfeitando uma lápide, a minha.

“Quase”

Como pareceu triste. Pensar que naquele ponto final, a conclusão de meus esforços estaria entalhada como “Quase”.

A imagem me sacudiu. Pensei sobre todas as coisas que me propus fazer e por alguma razão eu desisti.

“Quase”. Pensei sobre quantas vezes eu estive muito perto de alcançar uma meta e não a alcancei.

“Quase”. Me veio à mente quantas vezes eu quase disse que sentia muito e não o disse.

“Quase”. Pensei em quantas vezes a frase “Eu te amo” ficou presa em minha garganta porque meu orgulho não a deixava sair. Eu quase falei.

“Quase”. Pensei sobre o homem que eu quis ser e o pai que eu sonhei me tornar.

– Estou acabado? Me perguntei – Estou velho demais para mudar a lápide?

Sentei-me calmamente pensando sobre onde estou e onde tenho estado.

Onde estou agora não é bem um grande lugar para estar, mas na minha vida eu estive em muitos grandes lugares.

Escalei montanhas e nadei em vales. Estive no limite e além dele.

Tenho segurado as mãos daqueles que choram sua derrota e abraçado os vencedores da corrida da vida.

Tenho olhado através de olhos de fracasso e tenho sentido a pulsação do sucesso.
Repentinamente, uma nova imagem estoura em minha mente. Ainda vejo minha lápide, mas agora mais de perto.

Se lê “Nunca”.

Eu então encontrei alegria em uma palavra tão simples como “Quase”. Eu prefiro morrer “quase” próspero do que “nunca” ter tentado.
John Barrymore disse, “Um homem não é velho até que os pesares tomem o lugar de seus sonhos”.

Eu ainda sonho e tenho poucos pesares.

“Quase” é melhor do que “Nunca”.

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